Enquanto espero

Agora choveu. Tudo se acalmou.

Algumas pessoas circulam, se informam,  O programa de quem está com criança é simplesmente comer, estar simplesmente comendo.

Há pessoas que se enquadram perfeitamente a essa paisagem. Parecem ter procurado o par ideal para desfilar por aqui, e podem ser nomeadas “descoladas”. Coladas à proposta do lugar: ser cultural.

Duas mesas dedicadas ao trabalho; café e trabalho. Outra, ao namoro. Uma conversa que não parece ter liga. Uma para ter o prazer do café da tarde: silencioso e solitário. Apoio à escrita.

O frescor invade. A moda parece não permitir a autenticidade. Sinto que a atitude pode ser financiada no cartão.

Pressa. Registro. Espera. A chuva definitivamente parou (mentira) e uma série de mesas foram desocupadas. Quase todos os solitários se disfarçam na tela retangular lendo, trocando  mensagens, scrolando.

Tempo da observação. Poderia brotar a contemplação em estado de espírito?

As crianças brincam com a própria sombra. Equilibram-se, disputam frente-a-frente: quem fica mais tempo em uma perna só? A chuva parou e muitas mesas ficaram.

Fiquei na companhia da brisa fresca. O menino, na companhia do amigo. O bebê, no colo da mãe. A trabalhadora, com ponteiro do relógio. A namorada, com namorado. O segurança, no banco. A menina, partiu com suas tatuagens, sua franja, seu óculos de grau e sua calça vintage azul-clara.

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