por que não o melhor?

Trabalhando em uma escola que atende 550 famílias, um dia pensei: a chance de dar algo errado é muito grande. 

Naquele dia as cadernetas da professora de inglês sumiram. Nesse ano a chefia de educação,nos orientou que as cadernetas seriam digitais, e que, portanto, as cadernetas físicas deveriam ser abandonadas. Até que o sistema fosse implementado, nos encaminharam um modelo de planilha. Como tínhamos algumas cadernetas do ano passado, entregamos para alguns professores a tradicional, ultrapassada porém necessária caderneta. Quando aconteceu o que aconteceu estávamos em outubro e ainda não tínhamos notícia de que a caderneta digital daria certo, ou não. A caderneta é o que comprova as horas e dias letivos valor estabelecidos na 9394/96. 

No início do mês de setembro peguei covid pela primeira vez. Depois de alguns dias ausentes da escola, passava observando ao longe a horta em que havia plantado algumas hortaliças, flores e ervas e observava de longe uma montanha de mato e algo que parecia ser um formigueiro gigante. Nem chegava perto para não ter desgosto. 

As cadernetas da professora que tem perfil bastante tradicional sumiram. Quando minha colega veio me dar a notícia, informando que estava indo ver se as cadernetas foram  atiradas pela janela, a primeira frase, ou a primeira pergunta que me veio foi: “por que sempre pensamos o pior? A equipe presente na escola se mobilizou para procurar atrás do armário, nos cestos de lixo, embaixo das carteiras. A princípio fiquei com a minha pergunta inicial, agilizando outras frentes.

A Dona V. veio me dizer que era necessário colher a alface, caso contrário as folhas ficariam duras. Então, me animei e fui observar. O matagal que olhava de longe era feito de espinafre e manjericão e o tom amarronzado eram dos pés de alface roxo, que estavam robustos e altos.

Foi aproximando a hora da saída e as cadernetas não apareceram. Eu como coordenadora dessa etapa de ensino fui tomada pelo espírito “preciso fazer alguma coisa”, entenda-se preciso mostrar que fiz alguma coisa, senão serei julgada, parecendo que não me importo com o sumiço. Passei nas salas de aula, especialmente na que estava a professora sem as cadernetas. Conversei com algumas “fontes”, nenhuma informação. 

Final do período. A professora veio à minha sala e disse que aguardaria orientação. Se houvesse necessidade de fazer um b.o., já que não iria refazer todos os registros que documentam os dias e horas letivos, bem como o conteúdo programático ensinado.Meia hora depois do fim do expediente a professora me ligou e informou que suas cadernetas estavam com a professora M.